Conciliar o presencial e o virtual para garantir a educação

Os impactos da pandemia do coronavírus na educação brasileira, decorridos mais de um ano, tem sido devastadores, em vários aspectos. Em relação a muitos outros países, o Brasil tem mantido o fechamento das escolas por mais tempo, enquanto outros mantiveram uma forma híbrida de atividades presenciais, com os devidos cuidados sanitários, e de ensino à distância. Quem tem mais sofrido com os efeitos indiretos são as crianças e adolescentes, como destacou Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil. E acrescentou, mencionando dados da PNDA (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2020: “Antes da pandemia, 1,3 milhão de crianças e adolescentes em idade escolar já estavam fora da escola no Brasil. Com a pandemia, os dados mostram uma evasão de aproximadamente 4 milhões de meninos e meninas, ou seja, um total de mais 5 milhões de crianças e adolescentes desvinculados da escola, que não estão participando de maneira regular”. A maioria dos especialistas concorda de que os efeitos devastadores terão impacto por muitos anos.
Nesse sentido, seria importante o Ministério da Educação promover um grande debate (mesmo virtual) com educadores e demais profissionais, do setor público e privado, buscando primeiramente fazer um diagnóstico da situação, em nível geral, para buscar medidas que efetivamente possam contribuir para mitigar os danos decorrentes da pandemia. Esse debate é muito importante, para que iniciativas sejam tomadas, com lastro em estudos feitos nessa área. É preciso que haja alternativas para superar a crise e propiciar soluções. As nossas crianças e adolescentes (e também pais de alunos, professores e demais profissionais da Educação) anseiam por respostas concretas que permitam a retomada das atividades escolares, em todos os níveis. Tudo indica que seria melhor seguir o exemplo de outros países e conciliar a forma híbrida: presencial e virtual.
Há muito, portanto o que fazer, mas urge que haja um plano de ação integrado para evitar que se perca mais um ano letivo, pois pelo menos já tivemos um ano e meio comprometido. Talvez fosse importante considerar a educação como atividade essencial, como sugere Florence Bauer: “Por isso dizemos que as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir”. É preciso que o governo, em diálogo com a sociedade, apresente alternativas. Nem todas as escolas estão suficientemente equipadas, em condições de oferecer o ensino on line. Por isso, é preciso conciliar as duas formas, com os meios disponíveis. O importante é que haja esforço conjunto, para que possamos, o quanto antes, atender nossas crianças, adolescentes e jovens, no seu direito de estudar. O Governo federal deveria prover recursos financeiros para que escolas e alunos carentes tenham acesso aos equipamentos digitais e demais devices computacionais.
Para quem não sabe por onde começar, mas tem interesse por mudar essa realidade e se empoderar sobre suas finanças, aconselho buscar por canais e influenciadores que ensinam gratuitamente sobre o tema. Existem milhares pessoas com esses perfis na internet e até alguns que trabalham conteúdos específicos para nichos, como os voltados para a população de baixa renda, para mulheres, para quem já conseguiu certa estabilidade e quer começar a investir.
Eu acredito que ensinar sobre educação financeira seja um dever também do Estado e podemos comparar com outros países que aplicam essa disciplina o resultado em como as pessoas lidam melhor com as finanças. Porém, enquanto essa realidade é distante, podemos fazer a nossa parte.
Col.: Valmor Bolan

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