Há muito tempo, o famoso filósofo grego Sócrates costumava caminhar por Atenas, a cidade onde vivia. Mas ele não fazia isso para comprar. Ele observava a agitação das lojas e, quando algum vendedor o abordava, ele respondia com uma frase que nos faz refletir até hoje: “Estou apenas observando a quantidade de coisas que não preciso para ser feliz!”. Para ele, a verdadeira felicidade estava longe dos bens materiais.
Hoje em dia, a história é bem diferente. Vivemos uma verdadeira epidemia de consumo, uma febre que atinge praticamente todas as pessoas, mesmo aquelas que têm poucos recursos. Muitas vezes, elas se endividam por coisas que nem precisavam de verdade, complicando a própria vida para ter o último modelo de celular ou a roupa da moda. A pressão para ter se tornou tão grande que, em alguns casos, as pessoas chegam a fazer coisas erradas para conseguir o que desejam.
As empresas e a mídia têm um papel fundamental nisso. Elas nos bombardeiam com anúncios que vendem mais do que produtos: vendem a promessa de uma vida de sucesso e felicidade. Elas criam a ideia de que a felicidade está ligada a ter um corpo perfeito, um carro de luxo, uma casa grande ou os objetos mais caros. Elas nos convencem de que, para sermos alguém na sociedade, precisamos ter muitas coisas.
Presas nessa corrida por mais, as pessoas trabalham sem parar, sempre buscando mais dinheiro para comprar a próxima novidade. Elas se sentem cada vez mais angustiadas pela necessidade de ter o “modelo” que a televisão ou a internet acabaram de anunciar como “absolutamente indispensável”.
E no meio de tanta pressa e tanto consumo, acabam perdendo a chance de viver de verdade. Elas não notam a beleza das coisas simples, como a luz do sol brilhando na folha de uma árvore. Muitas se fecham em seus carros e casas, isoladas do mundo que pulsa e vibra lá fora. Em muitos casos, as pessoas estão tão presas aos seus celulares e tablets que mal olham nos olhos de quem está ao seu lado, e até se esquecem de sorrir, abraçar ou simplesmente tocar a mão de alguém que amam.
Será que: estamos trocando experiências e conexões humanas por objetos? Será que estamos realmente vivendo ou apenas colecionando coisas?
É de se pensar, não é?
Col.: Pilar Arias (Pile Maracaju)










