E, então, um dia a gente amanhece / querendo dar um novo sentido à vida. / Uma luz diferente do nada resplandece, / clareando a alma de há muito enegrecida.
O primeiro desejo que nos vem à mente / é encontrar alguém que caiba no coração, /
sem pensar em um dia dele estar ausente / a fim de que não soframos com a solidão.
E os devaneios nos devolvem a serenidade, / fazendo-nos crer que tantas coisas sonhadas / haverão, agora, de tornar-se pura realidade, / até porque tristezas estão, enfim, sepultadas.
Tomados por uma alegria jamais sentida, / vivemos como se jamais fossemos morrer. /
Afinal, a harmonia em nós está garantida. / É hora, pois, de muitos bons frutos colher.
Mas o tempo, zombando do nosso destino, / acaba nos mostrando que tudo era ilusão.
E na certeza de que agimos com desatino, / aquela luz se apaga e voltamos à escuridão.
Col.: Francisco Bueno











