Vereador de Santa Cruz das Palmeiras tenta intimidar a imprensa

Depois de 37 anos do fim da ditadura no Brasil, algumas pessoas ainda agem como se vivessem no regime autoritário. Uma época em que jornalistas eram perseguidos pela ditadura e seus coronéis por lutar pelo direito da liberdade de informação.
Infelizmente, ainda existem casos envolvendo vítimas da fúria e intolerância de pessoas que se acham acima da lei e querem intimidar quem exerce a função de informar a verdade dos fatos aos seus leitores. Falamos isso porque nos tornamos mais uma vítima de quem acredita que a violência é o melhor caminho para calar a voz da mídia, como se a Justiça não existisse.
De uns tempos para cá, desde que os novos vereadores tomaram posse na Câmara Municipal, começou a perseguição por parte de alguns deles, correligionários e até familiares à Gazeta Palmeirense, que, há 27 anos, vem divulgando notícias da cidade e região, sempre com a maior lisura possível.
Para nossa surpresa, na manhã da última terça-feira, 22, ocorreu um fato atípico na porta da redação do jornal. O vereador de Santa Cruz das Palmeiras Luís Fernando de Oliveira (Nando) surgiu fazendo uma gravação, que, posteriormente, foi postada em sua rede social, na qual aparece a imagem do diretor-proprietário deste jornal em seu trabalho, sem autorização, questionando-o sobre o fato de ter dito, numa entrevista online, realizada no dia anterior, com o diretor de Saúde do município, quando foi perguntado ao entrevistado sobre um vídeo do parlamentar em que este teria proferido palavra de baixo calão ao prefeito e ao próprio entrevistado.
Após esse fato lamentável, o diretor do jornal procurou a Polícia Civil para registrar um Boletim de Ocorrência a fim de levar o caso ao Judiciário local, pois o fato, na forma como ocorreu, não agride apenas um jornalista. A censura e as ameaças são uma violência contra a liberdade de imprensa e acabam agredindo todos aqueles profissionais que prezam por divulgar a verdade aos seus leitores.
Tem que haver diálogo. Se o vereador tivesse chegado para conversar educadamente, o problema teria sido resolvido e nada disso teria acontecido. Se houve excesso ou mentira por parte do entrevistador, o que não é o caso, há meios legais para esclarecer o fato, e isso cabe à Justiça e não a um vereador, cuja responsabilidade é a de fazer leis. Mesmo porque não fica bem para um legislador estimular a violência e atos de selvageria, que são condenados por todos os brasileiros e pelo mundo inteiro. Mesmo porque, nada disso vai calar a voz do jornal.

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