Vereador poderá responder na Justiça por acusações difamatórias e injuriosas

Desde a posse dos novos vereadores que parte da imprensa vem sofrendo ataques e ameaça por parte de alguns vereadores, que se acham no direito de denegrir a imagem dos profissionais do ramo. Como já divulgado aqui e nas mídias da região, um deles chegou a ir à redação deste jornal, fazendo filmagem, em tom de ameaça. O caso foi registrado na Delegacia para as devidas providências.
Mas as agressões, ataques e calúnias não pararam por aí. Na sessão da Câmara realizada na terça-feira do último dia 3, o vereador Rafael Varize Custódio (Lalá), do PSDB, usou o microfone da Câmara Municipal de Santa Cruz das Palmeiras para fazer duras acusações contra a pessoa do diretor do jornal “Gazeta Palmeirense”, Juracy Francisco da Silva, e a do diretor da Rádio 102 FM, Ferrette Junior. Na oportunidade, o edil afirmou, sem mostrar provas, que os dois empresários estavam “mamando na prefeitura”, além de os chamarem de “covardes” por não publicarem suas proposituras, acusando-os, ainda, de divulgar notícias falsas. Nas imagens da Câmara e de um vídeo que circulou nas redes sociais, aparece o vereador proferindo as seguintes palavras: “Dirijo a você Ferrette, vocês mamam na prefeitura, são covardes, você não tem coragem de vir aqui e expor o que acontece, o tanto de projeto importante. Engana o povo, você tem o público, engana o povo”.
O radialista, sentindo-se prejudicado profissionalmente, protocolou, na última segunda-feira, 16, na Câmara Municipal, uma Interpelação extrajudicial, com supedâneo nos artigos 726 e 727, do Código de Processo Civil, com pedido de explicação do vereador Rafael Varize Custódio, para fins de defesa.
Continuando diz: “Um parlamentar eleito pelo sufrágio popular e universal deve ter responsabilidade em sua vereança, não devendo utilizar-se de falsas deduções lastreadas apenas em posicionamentos e conexões politicas opostas, para inflar a coletividade a se rebelar contra modestos radialistas que esmeramente labutam dia a dia para levar o melhor serviço público possível aos seus ouvintes e concidadãos”.
O radialista, na interpelação, concede “72 horas para que o vereador esclareça, de forma objetiva e direta, afirmando ou retratando-se sobre os fundamentos das alegações”.
À reportagem da Gazeta, o radialista, que também já foi vereador e presidente de Câmara, disse que se não houver uma retratação convincente levará o caso ao conhecimento do Judiciário, pois, embora os políticos gozem de imunidade parlamentar a fim de garantir a livre manifestação do pensamento na atividade legislativa, tal direito não é absoluto. Uma crítica injusta, acusando alguém de conduta ilícita, sem provas, extrapola o direito à manifestação.

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