É de conhecimento da população que todo final de mês os fiéis católicos se reúnem na capela de Santa Eufrosina, na zona rural de Pirassununga, onde são celebradas missas em louvor à Santa. Assim, mais uma vez, o sábado da semana passada (25/09) foi de festa. Na oportunidade, com a presença de muitos fiéis, sempre respeitando o distanciamento social, houve a celebração de sua festa litúrgica, presidida pelo padre Antônio Marcos, da comunidade de Nossa Senhora Aparecida, de Cachoeira de Emas, que abençoou um bolo da Padroeira da Zona Rural.
Antes da missa, ocorreu uma brilhante participação dos representantes do Terço dos Homens da Paróquia Santa Rita de Cássia, de Santa Cruz das Palmeiras, que rezaram o Terço, acompanhados de várias pessoas de Pirassununga, Palmeiras, entre outras cidades da região, que se fizeram presentes àquele momento de fé e devoção.
História – Eufrosina nasceu em Pirassununga, no ano de 1864, no bairro Campo Alegre, região de Cachoeira de Emas. Filha de pais leprosos, aos quatro meses foi abandonada num pasto pela mãe. Um casal a adotou, até que a doença nela se manifestasse aos 6 anos de idade. Para protegê-la, o padrinho construiu um rancho à beira da estrada, entre Cachoeira de Emas e Santa Cruz das Palmeiras. Vivia trancada e despida à espera de água e comida. Quando tudo lhe faltava, alimentava-se de larva e insetos e dividia sal grosso com o gado num cocho. Para espantar o medo, rezava e cantava hinos religiosos. Eufrosina tinha dois irmãos leprosos que viviam de esmolas. Aos 12 anos a doença já havia desfigurado a menina.
Eufrosina morreu aos 16 anos. O pai adotivo, ao encontrá-la morta, estendeu seu corpo sobre um estaleiro e saiu à procura de um de seus irmãos para dar-lhe a notícia. Ao regressarem, o susto: Eufrosina estava viva e curada da lepra. A notícia da ”ressurreição” atraiu muitas pessoas ao local. Disse que havia voltado graças a uma “licença divina” de 23 dias de vida que recebeu. Que tinha sido “devolvida” por não ter cumprido sua missão. Havia lhe faltado humildade e tinha vergonha de pedir esmolas. Também explicou que tinha voltado para contar coisas que todos deveriam saber.
Sem instrução alguma, a jovem impressionava ao falar de coisas que iam acontecer. Previu, em 1880, as Guerras Mundiais que só ocorreriam em 1914/18 e 1939/1945. Contou que uma doença eliminaria o gado (febre aftosa); e adiantou o aparecimento de carros e aviões, ao dizer que as carroças andariam sem animais e que o homem ia voar. As mulheres usariam calças compridas e se comportariam como homens. Disse que, instantes após sua morte, quando as pessoas retornassem aos seus lares, ao passarem pelo campo, encontrariam poças d’água cheia de peixes vivos, e que deveriam ser levados como alimento para suas casas. Aqueles que testemunharam os fatos contaram aos filhos, e esses aos netos, que todas as profecias de Eufrosina haviam se confirmado.
Foto: Antônio Felipe
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